A gonorreia ou blenorragia é
uma doença
sexualmente transmissível (DST), causada pelabactéria Neisseria gonorrhoeae, ou
gonococo. A gonorreia também chamada blenorragia, é causada por uma bactéria
que pode provocar inflamação na uretra, na próstata e no útero. O homem sente
dor e ardência na região genital e elimina uma secreção branca ou amarelada ao
urinar. A N.gonorrhoeae é uma bactéria Gram-negativa,
que à microscopia óptica tem forma de diplococos medindo cerca de 1 micrometro (são cocos assemelhados
a um rim, e que se agrupam aos pares). O fator mais
importante de virulência do gonococo é a existência de pílios e
da proteína.
Estas estruturas permitem à bactéria permanecer aderente à mucosa do tracto
urinário, resistindo ao jato da micção. O gonococo infecta principalmente as
células cilíndricas da uretra, poupando geralmente a vagina e útero, cujos epitélios são de células escamosas.
Recentemente, foi descoberto no Japão uma variação da bactéria chamada H041
resistente a todos os tipos de antibióticos conhecidos da classe das
cefalosporinas.
TRANSMISSÃO
A principal forma de
contágio é pelo ato sexual quando
a(o) companheira(o) estão contaminados; no parto normal, se a mãe estiver infectada, ou por
contaminação indireta se, por exemplo, uma mulher usar artigos de higiene
íntima de uma amiga contaminada (evento considerado raro). Há casos raros de
contágio em vasos sanitários, se houver um ferimento proeminente na vulva feminina, ou no penis e por contágio através de uso de artefactos
contundentes ou agulhas infectadas. Mulheres grávidas com gonorreia correm
riscos de perder o feto.
PROGRESSÃO
E SINTOMAS
O intervalo de tempo entre a contaminação e o
surgimento dos sintomas e o período de incubação é curto, de 5 a 10 dias,
excepcionalmente podendo alcançar 10 dias, em casos extremamente raros pode
chegar a 30 dias.
Normalmente
o mais comum no homem é a ardência ao urinar ou disúria acompanhada
de febre baixa e o aparecimento de um corrimento amarelo e purulento saindo da uretra.
Por isso é também conhecida como uretrite gonocócica. Das mulheres, 70% não
apresentam sintomas (perigoso porque podem se desenvolver complicações sem
tratamento). Nas restantes é comum ocorrerem dores ou disúria ao urinar,
acompanhada de Incontinência Urinária (urina solta) e corrimento vaginal.
Uma complicação perigosa é consequência de disseminação para o tracto genital
superior, com dores abdominais após algumas semanas da
contaminação, a DIP – Doença Inflamatória Pélvica.
Esta é devida a infecção do útero, tubas uterinas e
cavidade abdominal. Pode resultar em infertilidade.
No
homem pode haver prostatite, epididimite e
raros casos de infertilidade. Na mulher a infecção gonocócica não costuma se
manter na vagina devido às defesas naturais, por ser
este um ambiente ácido. Já a uretra,
o colo do útero e glândulas da vulva são habitualmente atingidas pelo gonococo
em face da concepção orgânica de cada pessoa e dobras naturais que favorecem a
proliferação das bactérias. Nas trompas ocorre a invasão progressiva
acompanhada de reação inflamatória, podendo produzir abscessos ou obstruções
severas. Na região da vulva pode afetar a Glândula de Bartholin,
ocasionando as chamadas Bartholinites: essa inflamação deixa a vulva sensível e
perigosamente exposta a novas infecções. Em alguns casos raros não tratados o
gonococo pode se disseminar através da circulação, afetando principalmente a pele,
articulações, cérebro, válvulas cardíacas, faringe e olhos.
CONJUNTIVITE
GONOCÓCICA
Causada pela bactéria Neisseria
gonorrhoeae, instala-se nos
olhos originando a conjuntivite
gonocócica, no recém nascido, denominada Oftalmia
neonatorum. No adulto ela
ocorre por auto inoculação. Para evitar esta complicação que deixa a criança
cega, era utilizada nas maternidades um colírio de nitrato de prata (técnica
de Crede). Hoje utiliza-se antes umantibiótico como
a tetraciclina, eritromicina ou ceftriaxone, logo
após o nascimento. No parto, também pode ocorrer gonorreia nos órgãos sexuais
do recém nascido, no entanto, a maioria das crianças com gonorreia são
infectadas através do abuso sexual.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é basicamente clínico, não
havendo necessidade de exames laboratoriais específicos. Porém, se houver
necessidade como, por exemplo, estudos epidemiológicos. O mais eficiente é o
chamado coleta "in vitro" ou local - o que já não é utilizado ha
muitos anos. Atualmente com uma cultura de secreção uretral é possível saber
com segurança se está ou não infectado. O material é colhido através de um "swab"
(uma longa haste com pedaço de algodão na ponta) e logo após é transposto em um campo de cultura e após 72 horas o especialista conta a
quantidade de bactérias por mm² indicando assim o grau de contaminação do(a)
paciente.
O
gonococo tem aparência típica à microscopia e necessita de 10% de CO2 no meio
para se multiplicar.
TRATAMENTO
Além de medidas de higiene, e o uso de proteção
(preservativo/camisinha) compreende o uso de antibióticos e
quimioterápicos, sob rigorosa prescrição médica, pois pode haver um mascaramento
da doença, com conseqüências imprevisíveis para a pessoa.
Antigamente,
antibiótico de escolha era a penicilina G,
entretanto devido a resistência das cepas a esse antibiótico nos últimos anos
hoje se faz uso de Ampicilina em dose única de 3,5g + 1g de Probenecida,
devendo fazer teste após 7 semanas p/ homens e 10 p/ mulheres. Outros
tratamentos incluem o uso de antibiótico dos grupos das fluoquinolonas ou das
cefalosporinas. Comumente o tratamento é por via oral em dose únicas e os
fármacos usados podem ser ceftriaxona, ofloxacino, ciprofloxacino, dentre outros.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gonorreia
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